sexta-feira, novembro 23, 2007
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Querem talvez saber quem sou eu? Ninguém mo pergunte.
Se até agora ninguém tratou de se informar, já é tarde, porque o pior passo já foi dado.
Aliás, não sou digno de que se interessem por mim; porque sou um ente insignificante, a personificação da insignificância, e uma pergunta como essa apenas serve para me envergonhar.
Eu sou a pura existência, um pouco menos que nada.
Eu sou a pura existência que passa despercebida no meio de qualquer companhia, porque da mesma maneira que o puro devir em cada instante vou ser e deixo de ser. Sou como o traço que na adição separa as parcelas da soma; quem há que se preocupe com um traço?
(pedi-o emprestado a Kierkegaard)
(pedi-o emprestado a Kierkegaard)